domingo, 3 de fevereiro de 2013

CAMPUS PARTY - #CPBR6


Campus Party: Uma conversa Pirata

Algo que sempre achei um dos pontos fundamentais e mais intrigantes na Campus Party é justamente a maneira na qual o conhecimento circula entre as pessoas. Apesar de ser um evento com palestrantes renomados e discussões excelentes, o que dá a magnitude de sua importância está de fato nas pessoas. Ou seja, aqui o conhecimento é descentralizado. Uma conversa de alguns minutos com um desconhecido pode ser mais enriquecedora do que muito do que você leu ou pesquisou durante muito tempo.

Chegando no evento, fui atrás de pessoas que representassem isto: a inteligência coletiva. Cheguei então ao Partido Pirata, que uma organização que é um ótimo exemplo deste princípio.

O Partido Pirata tem um nome curioso, e que pode até mesmo soar engraçado para algumas pessoas, mas o trabalho deles ao redor do mundo tem se demonstrado bastante sério. Ele tem sua origem na Europa, mais especificamente na Suécia, e não surge de partido nenhum, mas sim da necessidade não suprida pelos modelos políticos vigentes.

O Partido atua em mais de 20 países; nem sempre como partido, mas muitas vezes apenas como um movimento. E foi dessa forma que ele surgiu no Brasil, no fim 2007. Nos anos seguintes o movimento foi se articulando pelos estados brasileiros, e, no período entre 2009 e 2011, os integrantes dos coletivos do Movimento Partido Pirata Brasil deram o início ao processo de legalização. Este foi concretizado no meio do ano passado.

Chegando no local onde os membros do Partido Pirata BR estavam localizados, fui recebido por Miguel Silva, um dos tesoureiros da organização. Tivemos então uma conversa bastante esclarecedora e enriquecedora.

Ele sempre teve interesse por política, mas também por muito tempo procurou algum partido que possuísse uma filosofia que fosse de encontro com seus valores pessoais. Seu interesse pelo assunto de direitos autorais o levou a – despretensiosamente – pesquisar no Google por “Partido Pirata”. Então teve a surpresa de, lendo sobre o movimento, se identificar com os valores. Isto é incomum. Geralmente as pessoas escutam falar sobre o partido na Europa e posteriormente descobrem sua vertente no Brasil.

Ele me contou sobre a filosofia e as bandeiras levantadas pelo PPBR. Eles atuam nas frentes que envolvem legislação – e que, mais do que a parte executiva, recebe o maior foco – como leis de direitos autorais, envolvendo copyright e patentes, software livre, políticas publicas abertas e transparentes, e como garantir a internet como um ambiente livre, criativo e que respeite a privacidade de seus usuários. Este último ponto, aliás, esta bastante em alta com a discussão do “Marco Civil”.

Miguel também esclareceu como funciona a parte financeira. O dinheiro vem puramente da doação de “pessoa física” ou pequenas empresas. Até o momento, nenhuma grande companhia. Como um dos valores da organização, o registro dessas doações fica aberto e disponível ao público, como maneira de dar transparência ao processo.

Discordando ou não as maneiras de trabalhar do Partido Pirata, é importante conhecer suas ideias, que quebram os paradigmas do pensamento político atual. Aliás, eles sempre estão abertos ao diálogo e debate.

É importante perceber que a dinâmica de nossa época já não é mais a mesma. Estamos mudando muito e em velocidade exponencial. Daí surge a importância de entender como suprir necessidades políticas que surgem tão rapidamente quanto as mudanças.

O Partido Pirata pode ser referido como uma desconstrução da estrutura tradicional de um partido político. Direita ou esquerda? Nenhum dos dois. Ele é, como se costuma dizer, um partido 2.0 (aqui há uma referência à dinâmica da web). Ou seja, ele não vem para destruir os que já existem, mas dar um aporte técnico para que se possa compreender e trabalhar da melhor forma em uma sociedade que passa por uma grande mudança de matriz tecnológica.

Saiba mais sobre eles aqui. Vale muito a pena.

Texto de Guilherme Restani


NOTA DA LUA NUA: Gosto muito disso tudo! Gosto de fazer parte da política pensante, atuante e que não se curva às sacanagens políticas vigentes. Gosto de ser uma Pirata, amei compartilhar os últimos dias com o Piratas no Campus Party. Tenho pena das pessoas que não saem das suas zonas de conforto por burrice, medo ou preguiça. No #CPBR6 tive fome, frio, fiquei fedida, morri de calor, não tinha rum (essa foi a pior parte!!!!), tomei porre de água, andei diariamente quilômetros dentro do parque, convivi com os camundongos que esqueceram de tirar do Parque Anhembi mas também compartilhamos salgadinhos, filmes, café, pão, mp3, água, idéias, biscoitos, filas e esperança.

Esperança num Brasil melhor, mais justo, com menos políticos 171 atormentando a política nacional.

Mouses em profusão...
Jantar em cima do note e nau Pirata

OBRIGADA: (em ordem alfabética)
Andre Angelo
André Hakime Dutra
Deise Costa
Fabricio Kopimista Leal de Souza
Filipe Ricardo
Henrique Peer
Iara Pires
Joyce Avelal
Leandro Chemalle
Marcio Funes
Miguel Silva
Miya Qwsdfrf
Rafael Zanatta
Rodrigo Rey
Sarah Linke
Thomaz J Ferreira
Wladmir Crippa

Esqueci de alguém?

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