terça-feira, 10 de agosto de 2004

O NÓ

Nelson Faria me manda coisas lindas...

Algumas gosto de dividir com vocês, para que possamos refletir sobre "como" e "o que" fazemos das nossas vidas.

Mesmo quando não te agradeço, obrigada pela colaboração Nelson.

O NÓ

Em uma reunião de pais de uma escola da periferia de Belo Horizonte, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos, pedindo-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo possível.

Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveria achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas o que deixou a diretora surpresa foi quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana porque, quando ele saía para trabalhar era muito cedo, o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço, já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar muito para prover o sustento da família, mas que ficava angustiado por não ter tempo para o filho. Tentava se redimir, indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com aquela história simples e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, muito simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento; simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para aquele filho muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.

Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura dor de cabeça, arranhão no joelho, medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó...

Um nó cheio de afeto e carinho.

(AD)


PS: Respondendo ao Maurício que deixou um comentário perguntando o que aconteceu com o "André" do texto postado no dia 26/08:

- Sinceramente, eu não sei; mas acredito que tenha acontecido o mesmo que acontece com a maioria dos maridos que estiveram na mesma situação; ou seja, deve ter se arrependido depois da merda feita. Bom mesmo é ser casado com uma "Amélia", pois é bem difícil ser casado com uma mulher inteligente e pior ainda descobrir isso da forma como ele descobriu: sendo colocado pra fora de casa. Essa é apenas minha opinião.

Um abraço

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